Galera, gostaria de prepará-los. Este é um texto triste. Mas como toda boa história, tem um final feliz.

Daqui poucos meses meu filho fará 5 anos. Parece que foi ontem. Eu lembro dos detalhes do dia que ele nasceu como se fosse agora.



Confesso que fui um pai omisso no começo, foi difícil aceitá-lo, aceitar que minha vida tinha mudado, que eu não era mais só o filho, agora eu era pai.

É muito difícil para eu falar disso, acho que nunca exteriorizei isso. Foi um ano da vidinha dele que eu mal o pegava no colo. Eu não sentia raiva, mas também não o amava. Sentia raiva de mim por ter sido tão irresponsável.




Posso dizer que foi por sorte, eu ter presenciado a primeira palavra dele, com 5 meses. O foda foi ele ter dito “papá”. Isso me matava por dentro.
Por sorte também foi ter sido responsável por fazer ele andar sozinho pela primeira vez. Lembrando dessas coisas agora meus olhos enchem e choro compulsóriamente, como se isso pudesse aliviar minha mágoa que sinto por mim mesmo.

Graças a Deus, descobri sozinho que estava depressivo, mesmo um ano depois, e pude correr atrás do preju. Foi foda. Ele tinha se apegado ao meu pai de um jeito que seria impossível eu ser o pai. Culpa minha.



Mas… sem forçar a barra, naturalmente, as coisas foram acontecendo. Meu amor por ele, que estava adormecido, escondido, aflorou. E foi como descobrir estar vivo. Não sei explicar, mas foi minha maior alegria, depois de tê-lo visto nascer.


Daí pra frente, descobri que ele sempre me amou e que eu fazia uma puta falta na vida dele. Não tem aquela frase, “não basta ser pai, tem que participar” ? Pois bem, estava eu participando. E como é bom. Assumo aqui, diante de todos, o que não é segredo à ninguém: 

Sou pai coruja, e ai de quem mexer com meu filho!!



Meu filho se chama Marcos Paulo. Óbvio, que o Paulo é por minha causa. Não quis chamá-lo de Júnior. Se ele não gostasse de mim, odiaria o próprio nome. Não sei se seria assim, mas na hora pensei isso.



Meu filho sempre foi sarrista. Nasceu com ele. Eu acho que é genético, porque eu e meu pai somos muito brincalhões. E mesmo ele tendo convivido mais com a mãe no início de sua vida, ele sempre foi de aloprar. É dele, nasceu assim.

Só que ultimamente, ele tem se saído melhor que a encomenda. Ele tem se inspirado demais. É fato também que estamos mais próximos do que nunca estivemos. Bom para ambos. O fato é, ele tem uma veia cômica que me chama muito a atenção.



Semana passada, estava eu no computador, jogando Mafia Wars, do Facebook. Aí, o belezinha veio pedir pra jogar o Discovey Kids. Como toda boa criança, ele é incansávelmente insistente.




De repente, ele me manda: 
 
– Pai, pera, já vi esse e-mail.
– Como assim menino, como já viu esse email? – eu já tinha ficado assustadíssimo.
– É pai, já vi, é o e-mail da paçoca.
– Porra Marcos, que e-mail da paçoca?
– Esse aqui – e ele, com a tampa da embalagem de paçoquinha na mão, coloca ela na frente da tela do note.



Cara, animal, eu me mijava de rir. Que sacada! 
Como eu não tinha visto ele com a tampa na mão, foi muito comédia.





No mesmo dia, de noite, estávamos no meu pai. E ele, com um aviãozinho de brinquedo na mão, correndo pela sala. Meu pai, louco pra ver o jornal ou qualquer outra coisa, pedindo pra ele parar.




Do nada ele manda: 

– Vô, já vi esse filme!
– Que filme Marcos?
– Esse filme vô, do avião.
– Que filme do avião Marcos?
– Esse aqui ó – e passa com o avião pela TV.



Meeeeu, puta sacada. E meu pai não sabia do “e-mail da paçoca”.
Foi risada geral.





Aguardem! O futuro nos reserva um puuuuta comediante. Se não foi, vai ser uma pessoa sempre de bem com a vida.

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