Era sábado, me lembro como se fosse ontem. Realmente foi ontem, mas eu me lembro muito bem. Eu tenho trabalhado em um buffet infantil aos finais de semana pra ajudar na renda familiar. 
Este buffet tem uma Kombi amarela bem antiga, usada pra realizar festas fora do salão. Antes de continuar a história, que fique bem claro que eu nunca tinha dirigido uma Komboza antes. Pra começar, ela não ligava. Descobri que tinha um parafuso no motor que precisava ser apertado, senão não ligava. Eu descobri isso em 15 minutos olhando, tentando advinhar onde ficava essa coisa. 

Até aí beleza, liguei, fui até onde tinha que ir, carregamos a Komboza e fomos para a casa do contratante. Como era quase de noite, precisei ligar os faróis. E quem disse que eu sabia onde ligavam os faróis. Quando achei o botão, 10 minutos depois de procurar, descobri que era puxando que ele funcionava, 5 minutos depois de ter encontrado. 
“Dois a zero pra mim nessa Kombi heim!”
Maldita hora que eu disse isso. Daí pra frente as coisas só deram errado. A ré não entrava. Tá bom, eu não sabia onde ficava a ré. O câmbio era velho, não dava pra ver direito onde era. Na tentativa-e-erro, descobri que ficava do lado da 2ª. O espelho retrovisor do passageiro não dava pra ver direito. O retrovisor do meio mal dava pra usar porque os vidros laterais são lacrados. Ao entrar no prédio da pessoa que nos contratou, a garagem era muito apertada, horrível para manobrar. Descarregamos as coisas e eu corri pra manobrar, pensando em tirar logo a Kombi dali. Doce engano. A gasolina havia acabado.
Eu estava sozinho, com uma Komboza pesada pra c*ralho, sem gasolina, no meio de uma garagem sinistra sem ter como manobrar. Quando eu estava desistindo, uma senhora chegou pra guardar o carro justamente na vaga em que eu estava parado. Pra minha sorte, ela já sabia das dificuldades da garagem e, acreditem, me orientou em como manobrar na mão. Sim leitor, uma MULHER com mais de 60 anos me ajudou a manobrar. Mas espere, ainda não acabou… 
Na hora em que consegui colocar a Kombi amarela em outra vaga, eis que o síndico do prédio chega. Como se não bastasse, ele era o dono da vaga. Isso mesmo! 
Pra ajudar, ele estava puto da vida. Retirei da vaga dele e sem falar nada. Viram como estou quase um homenzinho, nem ofendi o velho ranzinza. Eis que o zelador desce à garagem. Claro, puto da vida porque tinha tomado uma rabada do síndico. Sem que ele falasse nada, pedi que ele olhasse ali que eu ia comprar gasolina no posto, que pra sorte, ficava 500mts de onde eu estava. Enchi a garrafa e voltei correndo. Coloquei a gasosa na komboza, dei na partida e nada. Nisso, entrava na garagem um outro tiozão. Pelo menos uns 50 ele tinha. Quando eu dei a partida a segunda vez, ela não pegou. Calmamente, ele desceu do carro e veio me ajudar. 
“Dá umas bombadas, senão a bomba injetora não vai puxar a gasolina e não vai dar na partida.”, ele disse. 
Eu, como bom ouvinte, fiz e deu certo. 
“Pra sair daqui, você vai ter que ir de uma vez, porque se você parar na subida o nível de gasolina vai baixar e vai dar m*rda.” 
Eu saí daquela garagem no maior pinote. Daí pra frente, tudo deu certo. A festa correu muito bem. Senti vontade de rir o tempo todo. As coisas que aconteceram eram tão encrencas que parecia pegadinha do Mallandro, de tão ruins. Depois, contando pro meu pai, ri tudo o que tinha dado vontade antes. Vamos ver o que acontece na próxima… 
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