Um verdadeiro idiota!
Como sempre fui pobrezinho, estudava em Escola Pública, e voltava a pé pra casa. Naquele ano eu estava na 8° série. Foi a primeira vez que estudei de noite. Era tudo novidade pra mim, e muita coisa que via me assustava, inclusive o fato de estudar de noite. O escuro, o caminho (periferia pura), a falta de pessoas na rua quando eu voltava pra casa, etc…
Um dia eu estava voltando de mais uma aula sozinho e a pé pra variar. Já estava perto de casa, quando de repente aparece um negão (ou afro-descendente como queira), de uns 2 metros de altura, cara de mau e com cara de maníaco andando na minha frente.
Eu tremi de medo quando o vi, mas apesar de minhas pernas não quererem me obedecer, resolvi continuar andando e fazendo cara de mau também.
O negão andando, e eu andando atrás dele, fazendo o meu caminho.
Mas demorou muito pra ele mudar o rumo. Eu comecei a ficar com mais medo ainda, pois a cada minuto o cara dava uma olhadinha pra trás e me encarava.
Então pensei:
Se eu andar rapidamente e ultrapassar ele, chego logo em casa e estarei são e salvo!
Ideia ótima não é?
Engano seu leitor…
Eu comecei a andar rápido, mas não é que o cara teve a mesma idéia?
Eu andava rápido. Ele também.
Eu desacelerava. Ele também.
O ritmo que eu andava, ele fazia igualzinho.
Eu já estava suando, quando finalmente cheguei e corri pro portão de casa.
Naquela época eu ainda não tinha a chave de casa, então era de costume chegar e gritar :
Ô MÃE!!!!
Pra ela vir e abrir o portão pra mim.
Mas eu estava tão assustado, mas tão assustado, que cheguei no portão e gritei:
ALÔÔÔ!!!!!
Eu mesmo não me entendi!
Porque gritei “Alô”?
Era o medo acho.
Mas aí pensei :
É agora que esse negão me pega e eu to fudido!
Dei um olhadinha pro lado, pra ver se ele já estava com a faca na mão vindo em minha direção. Mas qual foi a surpresa?
O negão se assustou com meu “Alô” e saiu correndo.
Correu tanto, mas tanto, que eu acho que ele ganhou alguma medalha com aquilo.
Ele corria e olhava pra trás com uma cara de assustado tão engraçada, mas tão engraçada…
Finalmente entrei em casa e contei pra minha família o que tinha acontecido. Todos até hoje dão muita risada com essa história.
Moral da história: Não julgue o livro pela capa. Enquanto você acha que o próximo é mau-encarado, o que ele pensa de você?
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