Mas o que me lembro mesmo é do que aconteceu depois da final. Família reunida na casa do meu avô. Baggio perde o último pênalti.
Os gritos do Galvão:
“É tetraaaaaaaa”….
…. repetidas vezes, me claream ainda mais esse dia na memória. A cara de decepção do Baggio me marca muito também.
Eu me lembro como se fosse hoje: pego minha bola número 5 da Pênalty e com o rosto pintado, corro pra rua, junto com todo mundo do mundo naquela hora.
Na frente da casa do meu avô tinha um bar, e tinha muita gente dentro, e bem na porta, uma mina gatíssima. Lembrem-se, eu gritava como um louco com a bola na mão. Eu dou R$ pra quem adivinhar o que eu fiz…
É, como eu esperava, ninguém adivinhou…
Eu peguei a bola e chutei com toda minha força na bunda dela. A maior bicuda de todos os tempos. Lembro que ela me olhou com uma cara de raiva. E do mesmo jeito que chutei, fui lá e peguei a bola, na maior cara de pau.
O vizinho do meu avô era um italiano nato, do interior dos cafundós da Itália. Eu lembro que ele tinha um sotaque lascado.
Na sequência do chute certeiro, eu olho pra casa do velho e quem está na porta?
O italiano!
Agora, eu dou uma milha pra quem adivinhar o que eu fiz…
Rá, passou longe amigão!
Eu virei pro italiano, e com toda a raiva do mundo que eu tinha naquele momento, gritei:
“Chupa italiano filho da puta! Chupa caralho!”
O velho só me olhava e não falava nada. Meu pai entrou na dança e gritou também.
Tem 16 anos que o velho não fala com a gente. Mas sempre que o Brasil perde até no par ou ímpar, ele grita alguns palavrões que eu não entendo…
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