Não sou comediante. Fato. Às vezes até sou meio engraçado… Às vezes nem tanto. Também não sou nenhum grande intelectual, longe disso. Mas devo ter alguma coisa a acrescentar nas solenes vistas que me leem… Ou não.

Reconheço a irreversível babaquice presente no comentário do apresentador e comediante Rafinha Bastos, acerca da gestação da cantora Wanessa

“Comeria ela e o bebê”. 
Acho que não precisa ser nenhum especialista em direitos humanos, ética, ou qualquer coisa do tipo para perceber que a piada foi infeliz e de mau gosto.

Verdade seja dita:
O cara cagou no maiô com esse comentário. Muitos quiseram (e ainda querem) crucificá-lo por isso. Até acho que, do jeito que as coisas vão, se Jesus estivesse aqui hoje (e se fosse leitor da Veja São Paulo), até ele iria querer apedrejá-lo… [Com o perdão da blasfêmia, Bispo].

Não quero vestir a camisa em defesa dos fracos e oprimidos – até mesmo porque, nesse caso, eu sou o fraco e oprimido –, mas não vejo motivos para tanto bafafá. Esse tipo de comentário funciona como um chavão do apresentador, que já afirmou ter comido muita gente, mas em tom de deboche e humor, é claro – mesmo porque tem de ter MUITA coragem para… Vocês sabem.

Agora parece que tudo virou motivo de perseguição, é como se a imprensa estivesse numa frenética caça às bruxas, onde a imagem das horrendas feiticeiras se confundiu com os (feios) rostos dos comediantes brasileiros, é como se TODOS os humoristas estivessem sujeitos a esse tipo de má interpretação midiática – QUÊ?! 

O fato é que não se pode – em hipótese alguma –, fazer piadas com bebês (o que é plausível); nem com mulheres (provavelmente seria enquadrado como machismo); nem com homossexuais (seria homofobia); nem com políticos (seria hedionda cumplicidade e, talvez, provável formação de quadrilha); nem com nada (seria tão somente nadismo?).

O fato é (outro fato, é claro) que não se pode fazer piada com esse tipo de coisa. Mas pode – isso desde os primórdios da ditadura democracia brasileira (talvez antes) –, roubar descaradamente do povo, pois nada NUNCA será provado; pode-se pregar todo e qualquer tipo de alienação midiática (QUÊ?!); pode-se falar em direitos humanos, mesmo ainda havendo demasiado tratamento desumano por parte de nossos representantes… 

Talvez o governo devesse lançar algum Guia Prático do Comediante Brasileiro, para que seja esclarecido o que pode (e o que NÃO PODE) ser dito. Tipo um código de ética do comediante, ou qualquer literatura barata que pregue tão somente o humor do bem – talvez seja publicado pela mesma editora que faz o jornal da IURD, ou alguma outra editora filiada à Rede Record.

Talvez devesse ser criado o Ministério do Humor, para se fiscalizar o que é veiculado por parte dos humoristas e, também, para incentivar a criação de projetos que preguem o humor do bem. Daí se o ministro cair por algum escândalo de corrupção, o povo já vai estar devidamente preparado para alguma “palhaçada”, não é verdade? 

Tenho um nome a indicar: o deputado mais votado nas últimas eleições → Tiririca. Acho que ele seria capaz de fazer um bom trabalho. 
Agora vou parar de dar ibope para esses caras e vou, sei lá, ler alguma coisa… Talvez algo despretensioso e imparcial: quem tem uma Veja São Paulo aí?

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